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Por Dennis Martins

 

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Adônis Motta, conselheiro federal de Farmácia por Roraima

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No dia 5 de maio, celebra-se o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, data voltada para conscientizar a população sobre a importância de utilizar remédios de forma adequada e segura, sempre com orientação de profissionais da saúde. O Brasil enfrenta grandes desafios nessa área, com índices elevados de automedicação e uso indiscriminado de medicamentos.

Em entrevista ao programa Manhã Viva, da Rádio FM Monte Roraima, o conselheiro federal de Farmácia, Adônis Mota, destacou que a automedicação se tornou hábito comum entre os brasileiros, especialmente após a pandemia. Segundo ele, cerca de 90% da população tem o costume de se automedicar, muitas vezes influenciada por familiares ou pela facilidade de acesso a certos medicamentos.

"Infelizmente muitas vezes, as pessoas seguem recomendações de parentes e amigos sem buscar a orientação de um profissional da saúde. Elas pensam: 'deu certo comigo, pode dar certo com você'. Mas cada organismo reage de maneira diferente, e isso pode ser muito perigoso", alertou Mota.

Os Perigos da Automedicação - O uso indiscriminado de medicamentos pode causar efeitos adversos graves, intoxicações e resistência bacteriana. Além disso, em determinados casos, como infecções virais, a escolha errada de um remédio pode agravar o quadro clínico do paciente.

Mota citou como exemplo o aumento do consumo de analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios durante os períodos de chuva, quando as arboviroses, como dengue, chikungunya e zika, tornam-se mais frequentes.

"Agora, no nosso Estado, estamos no período de chuvas, e as pessoas começam a apresentar sintomas como febre, dores no corpo e de cabeça. O primeiro impulso é buscar analgésico ou antiinflamatório na farmácia, sem saber que, em casos de dengue, por exemplo, o uso do ácido acetilsalicílico pode comprometer a coagulação sanguínea e agravar a situação. O correto é procurar um profissional da saúde para evitar consequências mais sérias", explicou.

O Papel do Farmacêutico na Orientação - A presença do farmacêutico nas drogarias é essencial para orientar os pacientes e evitar o uso inadequado de medicamentos. Segundo Mota, conforme uma pesquisa recente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) com o Instituto DataFolha, 54% dos brasileiros confiam no farmacêutico, um número ainda considerado baixo frente aos 90% da população que ainda se automedica enquanto que o Sistema ùnico de Saúde (Sus) gasta em torno de R$ 62 bilhões para resolver problemas de saúde causados por má uso de medicação. Muitos desses profissionais podem oferecer a primeira avaliação e recomendar, quando necessário, a consulta médica.

"Nas farmácias, nós temos farmacêuticos à disposição 24 horas por dia. Algumas drogarias contam até com consultórios farmacêuticos, onde fazemos uma avaliação inicial e indicamos se o paciente precisa procurar um médico. Isso evita que as pessoas tomem remédios de maneira incorreta e, principalmente, sem necessidade", ressaltou.

O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos tem sido marcado por ações educativas em diversas cidades do Brasil. Em Boa Vista, por exemplo, o Conselho Federal de Farmácia promoveu palestras e distribuiu materiais informativos sobre os riscos da automedicação, incentivando a população a buscar orientação profissional antes de consumir qualquer medicamento.

Diante desse cenário, Mota reforça a importância de conscientizar as pessoas sobre o uso responsável de remédios:

"O farmacêutico está preparado para orientar a população. Sabemos que conseguir atendimento médico pelo SUS pode ser difícil, então muitas pessoas acabam buscando soluções por conta própria. Mas é essencial que sempre procurem um profissional para evitar riscos à saúde", concluiu.

Saiba mais sobre a pesquisa pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) com o Instituto DataFolha.

Fonte: CFF

Brasília, maio de 2025 – Nesta semana em que se comemora o dia 5 de maio, Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) lança uma campanha que destaca a confiança da população no farmacêutico como profissional essencial à segurança do paciente no uso de medicamentos. A campanha tem como tema: “O que a população já sabe, o Brasil precisa ouvir: farmacêutico é confiança.”

A campanha se baseia em uma pesquisa inédita, realizada em abril de 2025, pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) com o Instituto DataFolha. O estudo, que abrangeu uma mostra de 2.009 brasileiros, em todas as regiões do país, revelou dados contundentes:

  • 64% da população (cerca de 101,8 milhões de pessoas) acreditam que a atuação do farmacêutico reduz as chances de automedicação.
  • 54% (cerca de 86,3 milhões de pessoas) dizem confiar na prescrição de medicamentos realizada por farmacêuticos.

A região Norte apresenta o cenário mais contrastante: apesar de registrar a menor confiança na prescrição feita por farmacêuticos (50%), é a região onde mais pessoas acreditam que essa prática reduziria a automedicação — 73%, o índice mais alto do país. Isso sugere que, embora a confiança direta ainda seja mais limitada, há uma grande expectativa quanto ao potencial transformador da atuação farmacêutica para prevenir riscos associados à automedicação.

O estudo foi realizado por meio de entrevistas presenciais em pontos de fluxo populacional, com margem de erro de 2 pontos percentuais e 95% de nível de confiança. O público entrevistado representa a população com 16 anos ou mais, conforme dados do Censo IBGE 2022.

Os dados vêm à tona em um momento controverso, em que a prescrição de medicamentos por farmacêuticos, instituída há 12 anos, está sendo questionada judicialmente pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Três resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) que disciplinam a prescrição farmacêutica estão suspensas temporariamente por força de liminares judiciais. 

O argumento acolhido para a suspensão das resoluções ignora os vetos à Lei do Médico, que RETIROU do rol de atividades privativas dos médicos prescrição e diagnóstico. E, conforme o resultado da pesquisa, ignora também a opinião do cidadão, que regularmente vai às farmácias de todo o país em busca de resolutividade para os seus problemas de saúde. Resolutividade que ele encontra cada vez mais qualificada. 

Desde 2017, a formação dos farmacêuticos está voltada ao cuidado direto ao paciente e inclui o desenvolvimento de habilidades para a realização de anamnese, solicitação, realização e interpretação de exames, entre outras diversas atividades clínicas.

Automedicação - Além dos dados de percepção, a realidade brasileira reforça a urgência da pauta: mais de 90% da população se automedica, segundo levantamentos anteriores do próprio ICTQ e do CFF. Importante ressaltar ainda que o SUS gasta aproximadamente R$ 62 bilhões por ano tratando danos provocados por uso incorreto de medicamentos, cinco vezes mais do que o sistema gasta provendo as farmácias públicas.

Outro dado preocupante: o tempo médio de espera por uma consulta no SUS é de 57 dias, podendo ultrapassar 150 dias no Distrito Federal (fonte: DataSUS/SISREG). Nesse cenário, o farmacêutico, presente em milhares de unidades básicas de saúde e farmácias em todo o país, representa um ponto de acesso imediato, qualificado e seguro.

“A confiança da sociedade no farmacêutico não é uma narrativa criada por uma categoria profissional. Ela vem dos dados. Dos resultados. Da vivência real da população. E confiança, quando se trata de saúde pública, precisa ser respeitada”, afirma o presidente do CFF, Walter Jorge João.

Mais informações e materiais da campanha estão disponíveis em cff.org.br.

O país abriga cerca de 20% da biodiversidade mundial, mas apenas 5% são explorados

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Agricultores e parlamentares articulam mais apoio à bioeconomia com plantas medicinais. Representantes de dois ministérios e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) se reuniram em seminário na Câmara dos Deputados organizado pela Frente Parlamentar de Economia Popular e Solidária.

O país abriga cerca de 20% da biodiversidade mundial, mas apenas 5% são explorados, segundo o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (Ctis) da Fiocruz em Brasília, Wagner Martins. Ele afirmou que o programa da Fiocruz prevê a implantação de estações de processamento de plantas medicinais em assentamentos de agricultura familiar.

“É um dispositivo em que a comunidade de uma determinada região vai poder processar as plantas, tirar os extratos, os óleos, fazer a secagem e gerar insumos para serem usados tanto pelo SUS quanto pela iniciativa privada”, afirmou.

Essa estação pode incentivar uma indústria local de produtos fitoterápicos a ser desenvolvida e também pode ser base para a produção de cosméticos, segundo Martins. Mas ele enxerga dificuldade para implantar o programa em 13 estados, como previsto, pois o custo de cada estação estaria em torno de R$ 1 milhão.

Para viabilizar o programa, a Fiocruz articula ação com outros setores, como os ministérios do Desenvolvimento Social (MDS), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Saúde, além da Fundação Banco do Brasil e da própria Câmara dos Deputados. A coordenadora-geral de formação e fomento à assistência técnica e extensão rural do MDA, Regilane Fernandes, admite a limitação de recursos.

“Nós temos ainda recursos limitados para a agricultura familiar, então precisamos de uma força-tarefa aqui da Casa legislativa para assegurar, a cada ano, um orçamento compatível com a demanda e com a capacidade de organização produtiva da agricultura familiar", disse.