Cientistas chineses reverteram com sucesso o diabetes tipo 1 em uma mulher de 25 anos, utilizando células reprogramadas em laboratório. Se esse método funcionar em mais casos, pode representar um avanço significativo no combate à doença, que atualmente demanda o uso constante de insulina.
Os pesquisadores usaram células que imitam o funcionamento natural do pâncreas em pessoas saudáveis, produzindo insulina, o hormônio que regula os níveis de açúcar no sangue. No diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células que fazem essa produção.
Publicado na revista Cell, o estudo foi liderado por Deng Hongkui, da Universidade de Pequim. Segundo Hongkui, dois outros pacientes também passaram pelo transplante de células com resultados positivos, e novos testes, envolvendo até 20 pessoas, estão previstos para o fim de 2024.
Esta fase inicial do estudo tem como objetivo verificar a segurança do procedimento, mas os resultados preliminares sugerem eficácia. A técnica utiliza células-tronco pluripotentes induzidas (iPS), criadas a partir de células normais reprogramadas para se comportarem como células embrionárias, capazes de se transformar em qualquer tipo de célula, incluindo as produtoras de insulina.
A paciente chinesa começou a produzir insulina de forma autônoma três meses após a cirurgia, e seu metabolismo agora se assemelha ao de uma pessoa sem diabetes. "Agora consigo comer açúcar", disse ela à revista Nature.
Ainda não está claro se o tratamento será eficaz para o diabetes tipo 2, que envolve resistência à insulina, além da falta de sua produção. Pesquisadores também estão buscando formas de proteger as células transplantadas do ataque do sistema imunológico, um desafio contínuo nesse campo.
Duas pesquisadoras da área de Farmácia da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram incluídas na lista dos cientistas mais influentes do mundo, publicada anualmente pela Universidade de Stanford (EUA) e recentemente divulgada no repositório de dados da Elsevier.
Os cientistas mencionados na lista estão entre os 2% mais citados globalmente por seus pares ao longo de suas carreiras acadêmicas.
Flávia Almeida Santos é uma das cientistas mais influentes do mundo
O ranking considera o impacto das pesquisas realizadas, em vez da quantidade de publicações científicas. A avaliação é feita com base em uma das mais respeitadas bases de dados internacionais de análise métrica científica, a Scopus, da Editora Elsevier. O trabalho padroniza informações de 22 áreas de estudo, subdivididas em 174 subcampos, ponderando variáveis como a posição do autor nos artigos (autor principal, correspondente, líder, entre outros). Além da análise do impacto ao longo da carreira, o estudo também avalia o desempenho dos cientistas em 2023.
Cláudia do Ó Pessoa é uma das cientistas mais influentes do mundo
Entre os destaques está a farmacêutica Flávia Almeida Santos, reconhecida como uma das pesquisadoras mais influentes ao longo de sua trajetória. Já a farmacêutica Cláudia do Ó Pessoa foi apontada como uma das cientistas mais influentes do mundo em 2023.
Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), expressou seu reconhecimento pelas conquistas das farmacêuticas, destacando: "A presença de duas farmacêuticas entre os cientistas mais influentes do mundo reforça a importância da atuação feminina na ciência, especialmente em um campo tão relevante como o da saúde. Em tempos de desafios globais, como pandemias, o trabalho dessas profissionais é crucial para garantir a saúde e segurança da população. Esse reconhecimento mundial fortalece ainda mais a confiança na ciência como um agente de transformação e sublinha o papel vital da pesquisa farmacêutica na construção de um futuro mais justo e saudável."
Na última terça-feira, dia 1/10, um prefeito de uma grande capital brasileira revelou ter emagrecido 30 quilos após realizar tratamento com Ozempic. Com a experiência, chegou a sugerir a autorização para esse fim do medicamento nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.
O Ozempic é indicado regularmente para tratamento de diabetes tipo 2 e, recentemente, se popularizou como auxiliar na perda de peso. De acordo com o prefeito, a inclusão desse medicamento na lista de substâncias disponibilizadas gratuitamente não tem a ver com a estética, e sim com a saúde.
Atualmente, o preço do Ozempic gira em torno de R$ 1.100 na rede privada, para a dosagem de 1 mg. Uma caixa permite até quatro aplicações.
O que é o Ozempic
O Ozempic é composto pela substância semaglutida, uma droga da classe dos análogos do hormônio GLP-1. Ele também atua na secreção da insulina pelo pâncreas, regulando a glicose no sangue e promovendo a redução do apetite. Mas é importante lembrar que o consumo de medicamentos sem supervisão de um profissional habilitado pode trazer riscos à saúde e, inclusive, gerar intoxicação e resistência à substância utilizada, prejudicando o tratamento.
Entre os eventos adversos possíveis do uso do Ozempic estão:
Náuseas;
Inapetência excessiva;
Diarreia;
Vômitos;
Mal-estar;
Dor de cabeça;
Dificuldade para se alimentar;
Desidratação (devido aos vômitos e diarreia);
Pedra na vesícula, devido à rápida perda de peso.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) ressalta que a automedicação é uma prática comum e perigosa, pois consiste no uso de medicamentos sem a devida prescrição e acompanhamento de um profissional habilitado. Muitas pessoas acreditam que, por já conhecerem os sintomas ou por terem ouvido falar de um medicamento que “funcionou” com outra pessoa, estão aptas a se medicar por conta própria. No entanto, essa prática traz riscos graves à saúde.
Riscos da automedicação com semaglutida (Ozempic)
Efeitos colaterais: o uso de semaglutida pode causar uma série de efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais. Além disso, há riscos mais sérios, como pancreatite (inflamação no pâncreas), que pode ser fatal se não tratada adequadamente.
Descontrole glicêmico: a semaglutida é um medicamento voltado para o controle dos níveis de açúcar no sangue em pacientes com diabetes tipo 2. Para indivíduos que não possuem a doença, o uso sem monitoramento pode causar episódios de hipoglicemia (queda acentuada da glicose no sangue), que podem causar tontura, desmaios e até convulsões.
Desequilíbrio hormonal: o uso inadequado de medicamentos que interferem no metabolismo e no controle do apetite, como o Ozempic, pode gerar desequilíbrios hormonais. Isso pode ter consequências duradouras para o metabolismo e para o equilíbrio do peso a longo prazo.
Interações medicamentosas: ao tomar semaglutida sem orientação médica, o paciente pode não estar ciente de interações com outros medicamentos que já utiliza. Isso pode potencializar efeitos colaterais ou reduzir a eficácia de outros tratamentos em andamento.
Dependência psicológica: o uso de medicamentos para emagrecer, especialmente sem supervisão, pode criar uma falsa sensação de controle sobre o peso. Isso pode levar a um ciclo de dependência psicológica, onde o indivíduo acredita que não conseguirá manter a perda de peso ou controlar a alimentação sem o uso constante do medicamento.
A importância do acompanhamento por um profissional habilitado
A semaglutida, como qualquer medicamento, precisa ser administrada de acordo com as diretrizes de um profissional habilitado, que levará em consideração o histórico de saúde do paciente, suas necessidades específicas e monitorará possíveis efeitos adversos. Além disso, o uso prolongado ou inadequado pode causar mais malefícios do que benefícios.
Os profissionais da saúde não apenas prescrevem medicamentos, mas também acompanham os pacientes ao longo do tratamento, ajustando doses, verificando interações e avaliando a necessidade real de cada medicação. No caso da semaglutida, o acompanhamento é ainda mais crucial devido ao seu impacto significativo no metabolismo e na glicose sanguínea.
A automedicação, especialmente com medicamentos como o Ozempic, pode colocar a saúde em risco. É essencial sempre buscar orientação antes de iniciar qualquer tratamento, garantindo um uso seguro e eficaz do medicamento. No caso de uso off-label, como a perda de peso, o acompanhamento contínuo de um profissional habilitado é fundamental para prevenir complicações e garantir que os benefícios superem os riscos.