Agricultores e parlamentares articulam mais apoio à bioeconomia com plantas medicinais. Representantes de dois ministérios e da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag) se reuniram em seminário na Câmara dos Deputados organizado pela Frente Parlamentar de Economia Popular e Solidária.
O país abriga cerca de 20% da biodiversidade mundial, mas apenas 5% são explorados, segundo o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (Ctis) da Fiocruz em Brasília, Wagner Martins. Ele afirmou que o programa da Fiocruz prevê a implantação de estações de processamento de plantas medicinais em assentamentos de agricultura familiar.
“É um dispositivo em que a comunidade de uma determinada região vai poder processar as plantas, tirar os extratos, os óleos, fazer a secagem e gerar insumos para serem usados tanto pelo SUS quanto pela iniciativa privada”, afirmou.
Essa estação pode incentivar uma indústria local de produtos fitoterápicos a ser desenvolvida e também pode ser base para a produção de cosméticos, segundo Martins. Mas ele enxerga dificuldade para implantar o programa em 13 estados, como previsto, pois o custo de cada estação estaria em torno de R$ 1 milhão.
Para viabilizar o programa, a Fiocruz articula ação com outros setores, como os ministérios do Desenvolvimento Social (MDS), do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Saúde, além da Fundação Banco do Brasil e da própria Câmara dos Deputados. A coordenadora-geral de formação e fomento à assistência técnica e extensão rural do MDA, Regilane Fernandes, admite a limitação de recursos.
“Nós temos ainda recursos limitados para a agricultura familiar, então precisamos de uma força-tarefa aqui da Casa legislativa para assegurar, a cada ano, um orçamento compatível com a demanda e com a capacidade de organização produtiva da agricultura familiar", disse.
Está aberto o processo seletivo para residentes de programas de residência médica e de residência em área profissional da saúde (uni ou multiprofissional), credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS). Os candidatos selecionados vão atuar na atenção à saúde das populações do campo, da floresta e das águas, os povos indígenas, às pessoas em situação de rua e às pessoas transgênero. A iniciativa do Ministério da Saúde, em parceria Hospital Sírio-Libanês (HSL), no âmbito do Proadi-SUS, busca contribuir para a integralidade do cuidado e o fortalecimento das políticas de equidade em saúde.
Durante a formação, os residentes terão a oportunidade de vivenciar experiências práticas do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da integração ensino-serviço-comunidade. São 270 vagas distribuídas de abril de 2025 a fevereiro de 2026, sendo divididas entre as modalidades. Cada estágio terá duração de um mês e os participantes vão contar com ajuda de custo para transporte, hospedagem e alimentação. Confira os locais das vagas por modalidade:
População do Campo, da Floresta e das Águas: Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Pará;
Povos Indígenas: Pará, Ceará e Mato Grosso;
Pessoas em Situação de Rua: Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo;
Pessoas Transgênero: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo.
A ação representa o empenho do Ministério da Saúde para a efetivação e o fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, Política Nacional para a População em Situação de Rua e Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
Para mais informações, as pessoas interessadas podem entrar em contato pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Um teste rápido que utiliza amostra de sangue do paciente para detectar doença de chagas foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) do campus de Divinópolis (MG). O método é capaz identificar casos positivos da doença de forma precisa em até 15 minutos.
Atualmente, a maior parte dos kits de diagnóstico utilizados no Brasil é importada, o que eleva os custos e dificulta a distribuição. Além de ser uma tecnologia nacional, o teste pode ampliar o acesso e alcançar um número maior de pacientes, em regiões mais distantes dos centros.
A pesquisa é coordenada pelo professor Alexsandro Galdino, um pesquisador com experiência na área de desenvolvimento de moléculas para diagnóstico, inovações tecnológicas e empreendedorismo em ciências da vida. O especialista trabalha há mais de dez anos na busca por esta alternativa para o mercado nacional e afirma que, junto com a equipe, espera que Minas Gerais seja protagonista no desenvolvimento de kits diagnósticos locais.
Sob a supervisão e incentivo do professor, o farmacêutico Carlos Resende, que possui mestrado em Ciências Farmacêuticas pela UFSJ, ingressou na pesquisa. Por dois anos ele atua no aprimoramento dos testes, utilizando amostras cedidas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Nosso trabalho contou com a participação de várias pessoas até se consolidar neste resultado. Fizemos desde a triagem dos epítopos até prova de conceito da molécula", explicou.
No doutorado em biotecnologia, o estudante focou no tema 'Desenvolvimento de kits de diagnósticos imunológicos para doenças de chagas por demanda empresarial'. “É um desafio. Uma responsabilidade muito grande, porque a gente tem o poder de melhorar a vida de e ajudar as pessoas. E eu acho que ciência é isso, é poder contribuir e devolver algo para o próximo, tirar de dentro da academia e levar para a população”, refletiu Carlos Resende.
O projeto também é fruto das orientações de vários alunos que passaram pelo laboratório e se consolidou nos trabalhos de Pós-Doutorado da Ana Alice Gonçalves e no trabalho do Doutorando Carlos Resende. Além desses, a professora Mariana Campos da Paz é colaboradora do trabalho na UFSJ.
Continuidade
Apesar dos resultados serem promissores, ainda é crucial ampliar a testagem com mais amostras para garantir a confiabilidade do teste e validá-lo. Para isso, os pesquisadores estão buscando mais parcerias.
Até o momento, o estudo conta com o apoio de parceiros como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Só conseguimos validar esse teste, graças a um grande número de colaboradores, muitos deles especialistas na doença de chagas. Eles nos cederam soros caracterizados, tanto positivos quanto negativos, para a validação inicial do teste. Isso é o que chamamos de prova de conceito”, explicou o professor.
O processo de validação foi minucioso e envolveu análises laboratoriais com a técnica chamada “Elisa”, utilizando antígenos produzidos de forma recombinante, explica a professora Mariana.
No futuro, a expectativa é disponibilizá-lo para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, assim, beneficiar milhões de brasileiros que sequer sabem que são portadores da doença, afirma Ana Alice.
Doença negligenciada
A doença de Chagas é transmitida principalmente pelo barbeiro, um tipo de percevejo que se alimenta de sangue. Durante a picada, o inseto defeca sobre a pele e as fezes contaminadas podem entrar no organismo através de feridas ou mucosas quando a região é coçada.
De acordo com a Superintendência Regional de Saúde (SRE), o número de testes realizados para a doença vem crescendo nos últimos anos. Em 2020, foram realizados 158 testes. Em 2021, 219. Em 2022, 602 e, em 2023, o número subiu para 2.200. Os casos confirmados também aumentaram: de nove, em 2020, para 128, em 2023, na fase crônica da doença, que pode comprometer órgãos como o coração, o esôfago e o intestino.
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