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Por Frank Martins
No Dia Internacional do Farmacêutico, celebrado em 25 de setembro, o Brasil se junta ao mundo para homenagear os mais de 230 mil profissionais que transformam ciência em cuidado e conhecimento em saúde. Mas neste ano, a data ganha contornos ainda mais relevantes: além da valorização da profissão, o momento é marcado por descobertas revolucionárias de medicamentos que prometem mudar o rumo de doenças crônicas — e os farmacêuticos estão no centro dessa transformação.
Nos últimos meses, a comunidade científica celebrou avanços significativos com drogas que podem mudar o mundo. A exemplo disso:
- A Tirzepatida (Mounjaro): originalmente indicada para diabetes tipo 2, mostrou resultados promissores no tratamento da obesidade e resistência à insulina;
- Donanemab: medicamento experimental que pode retardar o avanço do Alzheimer em estágios iniciais;
- Vacinas terapêuticas contra câncer: estudos com RNA mensageiro estão abrindo caminho para imunizações personalizadas contra tumores.
Essas descobertas não apenas ampliam o arsenal terapêutico, como também reposicionam o farmacêutico como agente ativo na pesquisa, desenvolvimento, orientação e monitoramento do uso racional desses medicamentos.
“O farmacêutico não é mais apenas o profissional do balcão. Ele é parte da equipe que constrói o futuro da medicina. Estamos diante de uma revolução terapêutica, e nossa atuação precisa acompanhar esse ritmo”, afirma o conselheiro federal Adônis Motta, que representa o estado de Roraima no Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Fiscalização e Ética - O Caso Roraima: Em Roraima, o Conselho Regional de Farmácia (CRF/RR) tem intensificado ações de fiscalização, especialmente diante do último caso de denúncias sobre uso indevido de CPF para concessão de descontos e consultas médicas vinculadas à venda de medicamentos.
“Nosso papel é garantir que a farmácia continue sendo um espaço de saúde, não apenas de comércio. A fiscalização em Roraima tem sido firme, mas também educativa. Queremos orientar, não punir”, explica a presidente do CRF/RR, Bianca Crispim.
Segundo ela, o estado tem se destacado pela presença de farmacêuticos em áreas remotas, como comunidades indígenas e regiões de fronteira, onde muitas vezes são o único profissional de saúde disponível.
Tecnologia, Varejo e Desafios Éticos: Para falar sobre o setor farmacêutico, atualmente também se vive um boom tecnológico. Redes como Farmarcas e plataformas para investir em automação, inteligência artificial e expansão do varejo digital. Mas essa modernização traz dilemas éticos para impedir:
- Venda de medicamentos em supermercados: projeto de lei em tramitação divide opiniões;
- Consulta médica vinculada à venda: prática comum em algumas drogarias levanta preocupações sobre conflito de interesses.
O slogan da Federação Internacional Farmacêutica para este ano — “Think Health, Think Pharmacist” (Pense em saúde, pense em farmacêutico) — reforça a ideia de que o farmacêutico é mais do que um técnico: é um agente de saúde pública que conecta ciência e empatia.
“Seja nas farmácias comunitárias, nos hospitais, na indústria ou na pesquisa, o farmacêutico é hoje um elo entre inovação e cuidado. Ele traduz bulas em acolhimento, transforma moléculas em esperança e atua como guardião da segurança medicamentosa”, finalizou Bianca.
Fontes:
https://confarma.com.br/dia-internacional-do-farmaceutico-25-de-setembro/
https://sindifars.com.br/2025/09/25/25-09-homenagem-em-respeito-ao-trabalho-farmaceutico/