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Acordos preveem transferência de tecnologia e produção nacional de medicamentos à base de liraglutida e semaglutida

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica EMS firmaram dois acordos estratégicos para a produção nacional dos princípios ativos liraglutida e semaglutida — substâncias conhecidas por integrarem medicamentos agonistas do receptor de GLP-1, popularmente chamados de “canetas emagrecedoras”. Os acordos envolvem a transferência de tecnologia para a fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do produto final, que será absorvida por Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.

Segundo nota conjunta divulgada pelas instituições, a produção será inicialmente realizada na fábrica da EMS em Hortolândia (SP). A expectativa é de que, com a conclusão da transferência de tecnologia, a fabricação seja totalmente assumida pelo Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro. A iniciativa visa ampliar a autonomia nacional na produção de medicamentos estratégicos e de alto custo.

“As injeções subcutâneas oferecem uma abordagem de alta eficácia e são consideradas inovadoras para o tratamento de diabetes e obesidade, marcando mais um avanço significativo da indústria nacional no desenvolvimento de soluções de alta complexidade”, destacou o comunicado. A EMS classificou os acordos como um marco histórico para a indústria farmacêutica brasileira, enquanto a Fiocruz ressaltou que a união com parceiros públicos e privados fortalece a inovação e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Além disso, Farmanguinhos celebrou o início da capacidade de produzir medicamentos injetáveis, ampliando o escopo de atuação da instituição.

 

Mensageiros invisíveis: como os exRNAs estão transformando o combate ao câncer

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Uma revolução silenciosa está em curso na medicina, e ela tem nome: RNA extracelular, ou exRNA. Trata-se de uma molécula microscópica que circula livremente no sangue e outros fluidos corporais — como saliva e urina — e que pode transformar profundamente a forma como o câncer é diagnosticado, monitorado e tratado. É o que aponta uma nova revisão científica assinada por pesquisadores da Universiti Putra Malaysia e de outras instituições asiáticas.

Esses fragmentos de material genético, liberados pelas células e transportados em vesículas chamadas exossomos, carregam informações valiosas sobre a origem e o comportamento dos tumores. A principal vantagem? Eles permitem acessar essas informações por meio de exames minimamente invasivos — um simples tubo de sangue pode conter as pistas necessárias para detectar a presença de um câncer antes mesmo dos primeiros sintomas.

A possibilidade de realizar uma “biópsia líquida” — ou seja, sem cortes, agulhas ou cirurgias — é uma das aplicações mais promissoras dos exRNAs. Com eles, torna-se viável não apenas diagnosticar precocemente, mas também acompanhar a evolução do tumor em tempo real, identificar mutações, medir a agressividade da doença e até prever se o paciente responderá a determinado tratamento.

Cientistas também investigam como essas moléculas podem atuar não só no diagnóstico, mas como parte do tratamento. Em testes pré-clínicos, foi possível usar exossomos para transportar exRNAs modificados com ação terapêutica diretamente até as células tumorais. Os resultados incluem a inibição do crescimento dos tumores e a reversão de resistências à quimioterapia — abrindo caminho para terapias mais precisas e com menos efeitos colaterais.

Apesar do avanço acelerado, o uso clínico dos exRNAs ainda enfrenta desafios. Entre eles estão a padronização dos métodos de coleta, a entrega direcionada dos exossomos terapêuticos e a necessidade de regulamentações que garantam segurança e eficácia. Também é preciso desenvolver formas de produção em larga escala para tornar essas soluções viáveis nos hospitais.

Ainda assim, a comunidade científica está otimista. A integração de bioengenharia, inteligência artificial e medicina personalizada promete acelerar o uso dessas moléculas no cotidiano da oncologia. O objetivo é claro: construir um futuro onde a detecção e o tratamento do câncer sejam mais precoces, menos invasivos e mais eficazes.

O artigo completo, intitulado “ExRNA como agentes teranósticos no câncer: progresso atual e perspectivas futuras”, foi publicado na revista ExRNA e está disponível em acesso aberto para consulta pública.

 

A canonização do jesuíta destaca sua dedicação à saúde e a cura inexplicável de uma mulher com esclerose múltipla, símbolo de fé e ciência na farmácia brasileira

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Conhecido como um dos principais nomes da história do Brasil colonial, São José de Anchieta é mais do que um missionário e educador: ele é também o padroeiro dos farmacêuticos. Essa escolha está ligada à sua dedicação à saúde e ao cuidado com os enfermos, especialmente no período em que viveu entre os povos indígenas e ajudava na preparação de remédios naturais com base em plantas medicinais. Anchieta unia fé, ciência e compaixão, virtudes que dialogam diretamente com o exercício da farmácia moderna.

Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco em 2014, após o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão. O caso considerado decisivo para sua beatificação aconteceu na cidade de Vitória, Espírito Santo, onde o jesuíta passou seus últimos anos. Uma mulher que sofria de esclerose múltipla em estágio avançado apresentou uma cura súbita, completa e permanente após uma novena feita por seus familiares pedindo a intercessão de Anchieta. O quadro, que não tinha perspectiva de reversão pela medicina, chamou a atenção da Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, que reconheceu oficialmente o episódio como um milagre.

A canonização e o título de padroeiro dos farmacêuticos reforçam a imagem de Anchieta como símbolo de cuidado, dedicação ao próximo e aliança entre fé e saúde. Ele representa um modelo de profissional que, mesmo antes da existência formal da profissão farmacêutica, já atuava com responsabilidade, conhecimento e amor ao próximo, valores essenciais para aqueles que, hoje, trabalham na promoção da saúde da população.

“A escolha de São José de Anchieta como padroeiro dos farmacêuticos é profundamente simbólica e inspiradora. Ele representa o cuidado com o próximo, o compromisso com a saúde e a valorização do conhecimento. Anchieta usava os recursos disponíveis para aliviar o sofrimento das pessoas, muito antes da farmácia ser reconhecida como profissão. É um exemplo de dedicação e humanidade que continua a nos guiar”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Farmácia, Walter Jorge João.